Inevitável, mas insustentável

Deu no Estadão deste domingo - "América do Sul vive onda populista clássica". O termo surgiu nos Estados Unidos, enquanto Andrew Jackson utilizava os negros do Sul contra a aristocracia branca que governava o país.

No populismo da Argentina, Bolívia, Brasil e Venezuela os governantes eleitos pelo voto popular usam as massas para sustentarem seus projetos de poder, numa relação tensa com as demais instituições. Por outro lado, essas mesmas massas, durante anos excluídas do processo democrático, agora usam de seus votos para conseguir programas assistenciais de efeito imediato e direto (o Bolsa-Família é um bom exemplo), num círculo vicioso e de efeitos perversos.

Segundo Rubens Ricupero, "a onda populista é o preço que a América do Sul paga para integrar as massas excluídas que têm voto direto".

É um movimento que cedo ou tarde aconteceria.

Mas a insustentabilidade do modelo também, cedo ou tarde aparecerá.