15 agosto 2006

Bruna Surfistinha vol. II

Bruna Surfistinha planeja para outubro um segundo volume de suas aventuras.

Não acredito que faça o mesmo sucesso do primeiro, porque esses modelos também cansam, mas deve ainda assim vender uns tantos mil...


"Visitei casas de massagem, privês e até boates. No dia 8 de outubro de 2002, vinte dias antes de completar 18 anos, tomei coragem de falar para o meu pai que eu saíria de casa para trabalhar. Repetindo que não me daria mais nada se eu fosse embora, perguntou como é que eu esperava sobreviver. Na minha santa ingenuidade, porém firme no propósito de afrontá-lo, falei que seria massagista para executivos. Mas eu realmente pensava assim, pois os anúncios diziam isso: massagem. Uma menina de uma casa que visitei também falou que só a massagem era um preço "x"; se o cliente quisesse sexo, pagaria a diferença para a menina no quarto. Eu ia ficar mesmo só na massagem. Ele, claro, ficou uma fera. Estava pronta e disposta a apanhar novamente.

No lugar da mão pesada, veio a voz, confusa, desorientada, desconcertada. Ele começou a conversar comigo. Nervoso, sim. Bravo, sim. Mas tentava conversar comigo. Tarde demais para começar a conversar. Ele não tinha o menor jeito para isso. Eu insistia, sinceramente, na ingenuidade: "mas pai, é só massagem, não é sexo. Eu não vou fazer sexo, só vou fazer a massagem". Tudo o que ele não havia falado comigo a vida inteira, e especialmente desde que foi estabelecido o "voto de silêncio"em nossa casa, vomitou naquela noite. O que ele queria, de verdade, era me fazer desisitir de ir embora. ouvi tudo calada. Meu silêncio alimentava sua verve. Puta... vagabunda... piranha... as frases sucediam, como se ele nem parasse para respirar. Abatido, terminou a conversa deixando escapar um desejo (será?), uma quase-sentença de morte: "toda puta tem Aids. Eu lamento muito que vá morrer sozinha, aidética, no Emílio Ribas:. Então tá: se para ser livre tivesse de ser puta, era o que eu seria. E se tivesse que morrer, que assim fosse."



(Foto - Divulgação)
(Texto - trecho de O doce veneno do escorpião, de Bruna Surfistinha, ed. Panda Books)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Bom acho que sou meio suspeita pra falar da Bruna ou melhor Raquel..
so vim fezer esse comentario pq vi uma foto da Ex mulher do JP..
e a leganda dela era
" Mas que o cara é um trouxa, ah se é... A esposa traída é essa aí de cima. A pivô você vê aqui "

acho que trouxa e quem escreveu o comentario .. si a mulher foce isso tudo ele nao teria ki procurar ninguem na " rua " ..
beijos!

6:36 PM  

Postar um comentário

<< Home